Crédito tem procura recorde


Demanda cresceu 14,3% em agosto ante igual mês de 2009 e chegou ao maior nível desde 2007

Mesmo com juros elevados, a demanda do consumidor por crédito nunca foi tão grande. Apesar de a taxa básica (Selic) estar hoje em 10,75% ao ano - dois pontos porcentuais mais alta do que o registrado no mesmo período de 2009 -, os brasileiros estão mais dispostos a tomar empréstimos, revela a pesquisa da Serasa Experian. O indicador, que calcula o número de pedidos de financiamento por meio da consutla ao CPF de 11,5 milhões de consumidores, cresceu 14,3% em agosto de 2010, na comparação com o mesmo período do último ano. Um recorde. Com a maior procura, o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito atingiu o patamar dos 121,1 pontos, o maior da série histórica, cuja pontuação tomada por base é 100, valor registrado em janeiro de 2007. "A procura recorde por crédito se justifica, principalmente, pela confiança dos consumidores na manutenção dos seus empregos e no crescimento da economia brasileira", analisa Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que 80% dos brasileiros estão seguros em relação à manutenção de sus empregos e 77,48% acreditam numa melhora da economia no próximo ano. Além do otimismo dos consumidores brasileiros, as melhores condições de financiamento também ajudaram na expansão do crédito. "Com prazos mais longos e facilidade na concessão de empréstimos, mais pessoas puderam tomar dinheiro a prazo", diz Rabi.

Renda até R$ 500.
Na divisão por faixas de renda, a classe que mais procurou crédito foi a que inclui pessoas com salários de até R$ 500 mensais - a alta foi de 61,6% no período de um ano. De acordo com a Serasa Experian, este foi o grupoque mais retraiu a demanda por empréstimo durante a crise. Portanto, a recuperação é mais intensa agora. Além disso, há um número muito grande de pessoas desta classe que tiveram condições de tomar empréstimos só agora. Com a criação de 1,6 milhão de empregos no primeiro semestre de 2010, muitos finalmente ganharam um comprovante de renda - documento essencial para a aprovação de crédito. Mas ainda que o desempenho do público de baixa renda tenha chamado a atenção dos economistas, foram os grupos com salários superiores a R$ 5 mil por mês os amiores responsáveis por impulsionar o crescimento do índice. "Quanto mairo é a renda do cidadão, maiores são também seus sonhos de consumo", explica Nelson Beltrame, professor do Programa de Administração de Varejo da FIA. "Além disso, por ter uma renda maior, esse grupo também pode acumular mais dívidas.". Diante do resultado de agosto, os economistas esperam que a procura por financiamentos siga crescendo em 2010. A previsão é que o crédito, que hoje corresponde a 45% do PIB, chegue a 53% até o fim do ano.
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